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sábado, 30 de julho de 2011

PROPOSTAS METODOLÓGICAS PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO COM O ALUNO COM TGD.

Dentre as metodologias existentes para se trabalhar o com o aluno com TGD no AEE, destaca-se o Método TEACCH – Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped Children, o CAA – Comunicação Alternativa e Ampliada e o PEI – Programa de Enriquecimento Instrumental, foram considerados os mais adequados para as especificidades dos sujeitos em questão.

O MÉTODO TEACCH: É compreendido por alguns autores como uma das principais abordagens educacionais e clínicas. Parte da premissa de que os “autistas” aprendem melhor por visualização, apreciam rotinas e não são favoráveis a surpresas. Por isso, valoriza o aprendizado estruturado, dá importância à rotina e à informação visual. É necessário, nesta perspectiva, organizar e simplificar o ambiente, apresentando poucos estímulos sensoriais concomitantes. Isto facilita focar a atenção nos detalhes relevantes. A criança é avaliada individualmente. O objetivo básico é aumentar o funcionamento independente.

A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA: O termo Comunicação Alternativa e Ampliada é utilizado para definir outras formas de comunicação como o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto ou símbolos pictográficos, até o uso de sistemas sofisticados como o computador com voz sintetizada.

A comunicação é considerada alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de comunicação, e considerada ampliada quando o indivíduo possui alguma comunicação, mas essa não é suficiente para suas trocas sociais.

No Brasil a CAA vem sendo traduzida de diferentes maneiras:
Comunicação Alternativa e Aumentativa
Comunicação Alternativa e Suplementar
Comunicação Alternativa e Ampliada

O MÉTODO PEI: O Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) caracteriza-se por selecionar procedimentos de ensino compatíveis com as capacidades de alunos severamente prejudicados, objetivando torná-los independentes e produtivos.

O PEI é um programa de intervenção multidimensional que compreende uma fundamentação teórica, um repertório rico de instrumentos práticos e um conjunto de ferramentas analítico-didáticas, focalizando em cada um dos três componentes de uma interação: o aprendiz, o estímulo e o mediador, com o objetivo de aumentar a eficiência do processo de aprendizagem.

O PEI se fundamenta na Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural e na Experiência de Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerstein que nos oferece uma visão dinâmica das capacidades cognitivas do ser humano, esclarecendo como os processos de aprendizagem ocorrem e como é possível, através de uma mediação adequada, expandir o potencial para aprender aumentando a eficiência do funcionamento intelectual dos indivíduos.

O programa completo é composto de 14 instrumentos (14 conjuntos de tarefas de diversos conteúdos e modalidades, contendo 20 a 30 páginas cada). Seu crescente nível de complexidade favorece a construção sistemática e estrutural de funções cognitivas e operações mentais necessárias à aprendizagem.

Fonte: CAA. Disponível em:
www.comunicacaoalternativa.com.br/comunicacao-alternativa. Acessado em 24/07/2011. PEI. Disponível em: www.cdcp.com.br/pei.php. Acessado em 24/07/2011. TEACCH. Disponível em: www.carlagikovate.com.br/index_arquivos/Page790.htm. Acessado em 24/07/2011.

CLASSIFICAÇÃO DO TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO SEGUNDO O DSM-IV E CID-10.

Grupo de transtornos caracterizados por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas anomalias qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito, em todas as ocasiões.
F84. 0: Autismo infantil
Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo, fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).

Síndrome de Kanner
Transtorno autístico
F84. 1: Autismo atípico
Transtorno global do desenvolvimento, ocorrendo após a idade de três anos ou que não responde a todos os três grupos de critérios diagnósticos do autismo infantil. Esta categoria deve ser utilizada para classificar um desenvolvimento anormal ou alterado, aparecendo após a idade de três anos, e não apresentando manifestações patológicas suficientes em um ou dois dos três domínios psicopatológicos (interações sociais recíprocas, comunicação, comportamentos limitados, estereotipados ou repetitivos) implicados no autismo infantil; existem sempre anomalias características em um ou em vários destes domínios. O autismo atípico ocorre habitualmente em crianças que apresentam um retardo mental profundo ou um transtorno específico grave do desenvolvimento de linguagem do tipo receptivo.

Psicose infantil atípica
Retardo mental com característica autística
F84. 2: Síndrome de Rett
Transtorno descrito até o momento unicamente em meninas, caracterizado por um desenvolvimento inicial aparentemente normal, seguido de uma perda parcial ou completa de linguagem, da marcha e do uso das mãos, associado a um retardo do desenvolvimento craniano e ocorrendo habitualmente entre 7 e 24 meses. A perda dos movimentos propositais das mãos, a torção estereotipada das mãos e a hiperventilação são características deste transtorno. O desenvolvimento social e o desenvolvimento lúdico estão detidos enquanto o interesse social continua em geral conservado. A partir da idade de quatro anos manifesta-se uma ataxia do tronco e uma apraxia, seguidas freqüentemente por movimentos coreoatetósicos. O transtorno leva quase sempre a um retardo mental grave.
F84. 3: Outro transtorno desintegrativo da infância
Transtorno global do desenvolvimento caracterizado pela presença de um período de desenvolvimento completamente normal antes da ocorrência do transtorno, sendo que este período é seguido de uma perda manifesta das habilidades anteriormente adquiridas em vários domínios do desenvolvimento no período de alguns meses. Estas manifestações se acompanham tipicamente de uma perda global do interesse com relação ao ambiente, condutas motoras estereotipadas, repetitivas e maneirismos e de uma alteração do tipo autístico da interação social e da comunicação. Em alguns casos, a ocorrência do transtorno pode ser relacionada com uma encefalopatia; o diagnóstico, contudo, deve tomar por base as evidências de anomalias do comportamento.

Demência infantil
Psicose:
·         desintegrativa
·         simbiótica

Síndrome de Heller
F84. 4: Transtorno com hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados
Transtorno mal definido cuja validade nosológica permanece incerta. Esta categoria se relaciona a criança com retardo mental grave (QI abaixo de 34) associado à hiperatividade importante, grande perturbação da atenção e comportamentos estereotipados. Os medicamentos estimulantes são habitualmente ineficazes (diferentemente daquelas com QI dentro dos limites normais) e podem provocar uma reação disfórica grave (acompanhada por vezes de um retardo psicomotor). Na adolescência, a hiperatividade dá lugar em geral a uma hipoatividade (o que não é habitualmente o caso de crianças hipercinéticas de inteligência normal). Esta síndrome se acompanha, além disto, com freqüência, de diversos retardos do desenvolvimento, específicos ou globais. Não se sabe em que medida a síndrome comportamental é a conseqüência do retardo mental ou de uma lesão cerebral orgânica.
F84. 5: Síndrome de Asperger
Transtorno de validade nosológica incerta, caracterizado por uma alteração qualitativa das interações sociais recíprocas, semelhante à observada no autismo, com um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Ele se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de um retardo ou de uma deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que apresentam este transtorno são em geral muito desajeitados. As anomalias persistem freqüentemente na adolescência e idade adulta. O transtorno se acompanha por vezes de episódios psicóticos no início da idade adulta.

Psicopatia autística
Transtorno esquizóide da infância
F84. 8: Outros transtornos globais do desenvolvimento
F84. 9: Transtornos globais não especificados do desenvolvimento

Fonte: CID-10 Capítulo V: Transtornos mentais e comportamentais. Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/. Acessado em 24/07/2011.

O QUE É O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO

“A expressão Transtornos Globais do desenvolvimento foi proposta pela CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças), para referenciar crianças e adolescentes, também identificadas como com autismo ou psicose infantil, que apresentam alterações qualitativas nas interações sociais recíprocas, nas modalidades de comunicação e um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo (CID-10, 1993). Em conseqüência de sua estruturação psíquica singular, estes sujeitos apresentam comportamentos estereotipados, falas descontextualizadas, escritas e leituras presas na literalidade ou com sentido errante. Tais diferenças são constantemente percebidas, como impedimentos para a escolarização e justificam sua ausência ou o encaminhamento para espaços reeducativos, com vistas à adaptação comportamental.”


Fonte: VASQUES, C. K, Transtornos globais do desenvolvimento e educação- Artigo- Disponível em: www.ufrgs.br/faced/pesquisa/nepie/publicacoes.html. Acessado em 24/07/2011.

HISTÓRICO DO TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO

“O Autismo Infantil foi definido por Kanner (1), em 1943, sendo inicialmente denominado Distúrbio Autístico do Contato Afetivo, como uma condição com características comportamentais bastante específicas, tais como: perturbações das relações afetivas com o meio, solidão autística extrema, inabilidade no uso da linguagem para comunicação, presença de boas potencialidades cognitivas, aspecto físico aparentemente, normal, comportamentos ritualísticos, início precoce e incidência predominante no sexo masculino. Em 1944, Asperger (2) propôs em seu estudo a definição de um distúrbio que ele denominou Psicopatia Autística, manifestada por transtorno severo na interação social, uso pedante da fala, desajeitamento motor e incidência apenas no sexo masculino. O autor utilizou a descrição de alguns casos clínicos, caracterizando a história familiar, aspectos físicos e comportamentais, desempenho nos testes de inteligência, além de enfatizar a preocupação com a abordagem educacional destes indivíduos. Ambos os trabalhos tiveram impacto na literatura mundial; no entanto, em momentos distintos.


As descrições de Kanner (1) foram rapidamente absorvidas pela comunidade científica. A abordagem etiológica do Autismo Infantil, proposta pelo autor, salientava a existência de uma distorção do modelo familiar, que ocasionaria alterações no desenvolvimento psico-afetivo da criança, decorrente do caráter altamente intelectual dos pais destas crianças. Apesar desta proposição, o autor não deixou de assinalar, que algum fator biológico, existente na criança, poderia estar envolvido, uma vez que as alterações comportamentais eram verificadas precocemente, o que dificultaria a aceitação puramente relacional.”


Fonte: TAMANAHA, A. C, PERISSINOTO, J, CHIARI, B. M. - Uma breve revisão histórica sobre a construção dos conceitos do Autismo Infantil e da síndrome de Asperger – Artigo – Publicado em: Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008; 13(3): 296-9